Dom Canísio Klaus
Bispo de Santa Cruz do Sul (RS)
No dia 12 de outubro comemoramos, simultaneamente, Nossa Senhora Aparecida e o Dia da Criança. Não sei qual foi a motivação para juntar as duas comemorações em uma só, mas confesso que é uma feliz coincidência.
Toda criança, para nascer, precisa de uma mãe. Para crescer e se desenvolver de forma saudável também precisa da mãe ou de alguém que faça às vezes de mãe. Por isso, ninguém é mais importante na vida da pessoa do que a mãe e o pai. Sem eles, não teríamos nascido.
Ao lado deles, na medida em que a pessoa cresce, vão conquistando importância os irmãos, amigos de infância, avós, professores, catequistas e assim por diante. As referências, no entanto, para a maioria das pessoas, continuam sendo os pais. É por isso que é tão difícil para um filho entregar a mãe ou o pai na hora da morte.
A mãe de todos os brasileiros e, principalmente das crianças do Brasil, é Nossa Senhora Aparecida. É ela que congrega os devotos em seu santuário e estende o seu manto protetor sobre os seus filhos amados. A sua predileção são as pessoas indefesas, ou seja, as crianças, os pobres e os doentes. Não é por nada que encontramos tantas comunidades consagradas à Mãe Aparecida por este Brasil afora. E também não é por nada que a sua imagem se encontra na maioria das capelas da Diocese, ocupando lugar central nas comunidades mais pobres e necessitadas. Como brasileiros, somos felizes por termos, em Nossa Senhora Aparecida, uma mãe que olha com carinho e ternura para nós.
Nos dias que antecedem ao dia 12 de outubro, a Igreja no Brasil celebrou a Semana Nacional da Vida, com destaque para o dia do Nascituro.
O nascituro é a criança que está sendo gerada no ventre da mãe e aguarda o dia de poder vir à luz. Mesmo que ainda não seja reconhecido oficialmente como pessoa, mas apenas visto como embrião, é um ser humano. E mais do que em qualquer outra etapa da vida, este ser humano depende da mãe.
Ao ligar a Semana Nacional da Vida com o Dia do Nascituro, Dia da Criança e Dia de Nossa Senhora Aparecida, a Igreja quer confiar nascituros e crianças à proteção da Mãe de Jesus. Por isso, peçamos que, conforme nos pede o Papa Francisco, “Maria faça crescer em nossos corações os sentimentos de ternura, de esperança e de paciência, que nos possibilitam cuidar de toda vida humana, de modo especial da vida mais frágil, mais marginalizada e mais indefesa”. Que a Mãe Aparecida abençoe as crianças de nossas comunidades, concedendo-lhes crescerem “em sabedoria, tamanho e graça diante de Deus e dos homens” (Lc 2,52).