Entre os numerosos aniversários celebrados no dia 8 de dezembro está também o Jubileu de Ouro Sacedotal do salesiano Pe. Palmerio Taliani, ex-missionário no Brasil por mais da metade da sua vida sacerdotal e agora, aos 88 anos, totalmente dedicado aos doentes de Vasto, cidadezinha no centro da Itália.
Nascido em 28 de março de 1926, em Corbara di Montegallo, lia os calendários missionários e sonhava em ser como aqueles religiosos que via nas fotos. Un dia topou com um exemplar do Boletim Salesiano e escreveu à Casa-Mãe dos Salesianos, em Turim: foi encaminhado a Loreto. Era 1952. “Achei uma realidade muito linda. Havia os meninos e era excelente o clima da Casa: estudava-se, brincava-se e rezava-se” – contou o Pe. Taliani ao jornal “Zona Locale”. Completou os estudos e em 1957 partiu para o Brasil, onde, “sempre segundo o Boletim Salesiano”, havia necessidade de missionários. Começou ensinando às crianças.
No dia 8 de dezembro de 1964, foi ordenado sacerdote, em São Paulo (SP). Salvo alguns períodos na Itália para acudir à mãe, ficou no Brasil até 2003. Dessa longa experiência ficaram com o Pe. Taliani ‘os rostos dos pobres. A nossa Paróquia não está nas favelas, mas, seja como for, a gente vive em casas de papelão, de zinco, onde no inverno é uma sibéria e no verão um saara”. Atuou como Pároco em Coxipó da Ponte – Cuiabá/MT, Campo Grande/MS, Lucélia/SP, São Marcos/MT, Barra do Garças/MT e Indápolis/MS. Foi diretor e ecônomos em Barra do Garças e diretor da comunidade salesiana de Coxipó da Ponte.
Voltando à Itália, o P. Taliani, então com 78 anos, não hesitou em aceitar o novo serviço em hospital. “O Arcebispo pedira o auxílio dos salesianos para um capelão no ‘São Pio de Pietralcina’. O inspetor me perguntou se eu topava. Respondi: ‘experimentemos’. Já estou aqui há sete anos e me sinto muito bem”. O seu dia é feito de oração e escuta, de palavras de conforto e de encontro com o sofrimento. “Chego no hospital às 9, vou à capela onde leio, estudo, rezo. Às 10h30 inicio a visita às repartições, até às 12. Depois vou almoçar com a Comunidade e pelas 15 volto ao hospital, onde continuo as visitas aos doentes, até às 19h30”.
O serviço em hospital é um encontro com tantas situações de sofrimento, mas no encontro com os doentes a sua presença é sempre discreta: “Rezamos um pouco. Às vezes leio um trecho de Evangelho, deixo algum pensamento, também de vida eterna”. Encontra-se também com não-crentes: “Há um grande respeito. Com alguns inicio alguma conversa; mas sem polêmicas”.
88 anos de vida, dos quais 50 como Sacerdote, sempre sob a guia de Dom Bosco.