O processo diocesano é a primeira fase do longo caminho da causa de martírio do P. Rodolfo Lunkenbein e Simão Bororo até o reconhecimento da santidade dos dois na Igreja. O processo foi iniciado em 15 de julho de 2016, na ocasião do 40° aniversário de morte dos dois Servos de Deus. Na próxima semana, no dia da festa de São João Bosco, será o encerramento desta fase.
De acordo com o vice-postulador da causa de martírio, padre Paulo Jácomo, mais de 40 testemunhas foram ouvidas, além de outras pessoas que não entraram no rol das testemunhas, mas que complementam as histórias narradas sobre a vida dos dois personagens. “Nós já fomos até a Alemanha, entrevistamos os parentes do padre Rodolfo para conhecermos uma fase do padre Rodolfo que a gente não conhecia, que é a infância, a adolescência até a sua vinda para o seminário. E também para conhecer um pouco mais da figura do padre Rodolfo como padre na sua terra, em meio aos seus parentes e amigos, e aqui também, as pessoas que conviveram com ele, os que estavam ali no momento do ocorrido. Quem presenciou o fato sempre diz que é um acontecimento marcante, que nunca se esquece, e que as imagens estão sempre presentes na memória”, observou o salesiano.
O processo já está finalizado. Nesta última semana, o padre João Bosco Maciel, que é o presidente da Comissão Histórica, está catalogando toda a documentação para dar a formação do “Documento de Cópia Pública”, que reúne artigos de jornal, fotografias, escritos e testemunhos da época, que foram publicados em diversos veículos de comunicação sobre as coisas que aconteceram. Tudo será encaminhado para Roma, onde começa a segunda fase do processo, também chamada de “fase Romana”. “Nessa segunda fase, toda essa documentação vai ser avaliada, analisada pelos peritos da Congregação para a Causa dos Santos, junto com outras comissões, para depois ser feita a declaração de martírio do Padre Rodolfo e do Simão Bororo”, revela o vice-postulador.
O processo para reconhecimento da causa de martírio e beatificação ocorre de forma diferente dos processos em que o ‘candidato’ a ser reconhecido como santo não foi martirizado. No caso dos martirizados, não há a necessidade da comprovação de um milagre para o reconhecimento de martírio. Essa exigência só acontece em uma fase posterior, para a canonização. “Nós já temos vários relatos de milagres e acontecimentos extraordinários relacionados com o P. Rodolfo e ao Simão. A gente está recolhendo tudo isso porque faz parte do processo, e estão dentro das entrevistas realizadas. Também esses pequenos milagres, esses fatos serão anexados. Mas depois nós vamos ter que ir atrás das provas também, porque aí precisa dos exames médicos comprovando que aquele milagre, ou aquela cura é extraordinária e não teria como acontecer sem a intervenção divina”, esclarece.
A cerimônia de encerramento da fase diocesana vai acontecer em Meruri (MT) no próximo dia 31, sábado, e vai ter a presença do postulador das causas de santidade da família salesiana, padre Pierluigi Cameroni, bispos de toda a região, além de salesianos e indígenas.