Os colaboradores das Obras Sociais Salesianas Casa Dom Bosco e Ampare, de Campo Grande, participaram de uma palestra informativa sobre o espectro autista, ministrada pela psicóloga Aline Pereira Rocha Goulart, que já foi educadora da Casa Dom Bosco, na manhã desta quinta-feira (24/10).
O evento foi organizado para capacitar os educadores sobre a identificação e manejo de alunos apresentados com Transtorno do Espectro Autista (TEA), um tema de crescente relevância na educação.
A psicóloga apresentou um panorama histórico dos estudos sobre o autismo, destacando que, apesar de recentes, as pesquisas avançaram significativamente.
Ela ressaltou que o diagnóstico do espectro autista é complexo e exige um trabalho multidisciplinar, exaltando o trabalho dos educadores que observam características que possam indicar o autismo, sendo necessário o devido encaminhamento desses casos a profissionais especializados, como psicólogos, psiquiatras ou neurologistas.
Ela também abordou a necessidade de evitar atitudes capacitistas, ou seja, o preconceito e discriminação contra pessoas com deficiência, ao lidar com alunos autistas. “Devemos colocar esses alunos nesses ambientes para estimular habilidades que são permitidas para o convívio social. Isso só mostra que o preconceito atrapalha quando uma criança não pode participar desse ambiente. Ela pode, desde que haja entendimento e respeito às suas limitações e potencialidades, incentivando para que ela se sinta bem naquele espaço”, afirmou.
A Casa Dom Bosco atende atualmente três alunos com diagnóstico de autismo, e a palestra destacou a importância de conhecer as particularidades de cada caso para garantir uma inclusão adequada nas atividades escolares. Os educadores também tiveram espaço para tirar dúvidas sobre sintomas e comportamentos que podem ser chamados de autismo ou outros transtornos psicológicos
A palestra também contou com a participação especial de Rômulo Bucili Borba, paciente da psicóloga e diagnosticado com autismo. Rômulo interagiu com os educadores, tirando dúvidas e compartilhando sua experiência pessoal. Durante o diálogo, foram destacadas suas habilidades, especialmente na área de tecnologia, demonstrando como pessoas no espectro autista podem desenvolver competências específicas e se destacar em determinados campos quando recebem o apoio adequado.
Para Caroline Rodrigues Virgílio, coordenadora de projetos da Casa Dom Bosco, a palestra foi primordial, uma vez que a obra atende “crianças que estão em processo de laudo. Vejo a importância e a necessidade de as educadoras entenderem como lidar, como tratar e como desenvolver trabalhos com essas crianças. É necessário estarmos capacitados para atendê-los da melhor forma possível”.
