(ANS – Roma) – Há 139 anos era escrita a famosa “Carta de Roma”, de Dom Bosco, aos seus salesianos para adverti-los sobre o risco da perda da natureza verdadeiramente “salesiana” de estar entre os jovens, educá-los e evangelizá-los. Uma forma de estar presente entre os jovens, forma que implica amor, exige a visibilidade deste amor, é capaz de promover questionamentos, oferecer modelos, despertar sonhos, projetos e perspectivas; gerar, enfim, homens e mulheres maduros, capazes de construir o Reino de Deus a serviço dos irmãos e irmãs. Recentemente, o Reitor-Mor emérito, P. Pascual Chávez Villanueva, propôs uma leitura atualizada desta carta, que é, e continua a ser, um marco carismático para toda a Congregação e a Família Salesiana.
A carta-sonho de Dom Bosco, escrita em Roma, em maio de 1884, deixa clara a dialética entre a “presença do Carisma” e a “obra de serviços educativos ou sociais”. Porque pode muito bem existir a presença do carisma sem uma obra – como era em Turim com Dom Bosco, antes da estruturação da realidade de Valdocco, ou como é naquelas realidades em que, por diversos motivos, as obras são impossíveis; assim como pode existir uma obra sem a presença do carisma: uma obra que avança por inércia, que perdeu capacidade proativa e sentido, que talvez tenha até um passado glorioso para contar, mas que não tem mais nada a dizer no cenário socioeclesial de hoje.
Diante deste risco, o P. Chávez propõe uma releitura, contextualizada à realidade de hoje e seus desafios, da Carta de Roma, que ele define como “Evangelho de Dom Bosco”. Os salesianos são, portanto, chamados a acolher os jovens como eles são, “no estado em que se encontram” e a articular as propostas e ações para aqueles específicos rapazes e moças, e para cada situação particular. “Trata-se de buscar aquele raro equilíbrio entre propostas radicais de sentido e respeito às dinâmicas pessoais e coletivas de que todos precisam para alcançá-las”, explica.
A leitura do P. Chávez identifica os seis elementos mais significativos da Carta de Roma:
– Saber usar a linguagem do amor – ou seja, o grande princípio da “visibilidade do amor”;
– Compreender os jovens – o elemento racional que permite anular a distância geracional;
– Ter a felicidade no coração – como finalidade da vocação de cada um e caminho privilegiado de evangelização;
– Estar presente – fisicamente e no diálogo e confronto sinceros;
– Superação das formalidades – aceitando o esforço educativo para dar aos jovens modelos de crescimento;
– Compartilhar a ação – acompanhando e promovendo o protagonismo juvenil.
Estes seis elementos estão disponíveis no documento disponível no link abaixo: