Nesta segunda-feira, 15 de julho de 2024, completam-se 48 anos da morte do Padre Rodolfo Lunkenbein e de Simão Bororo. “Lunke”, como era chamado pelos mais próximos, o padre alemão viveu e trabalhou no Brasil, dedicando sua vida aos povos indígenas. Com seus 1,92m de altura, P. Lunkenbein impressionava, mas conquistava a todos com sua dedicação e fé. Ele chegou ao Brasil em 1958 e passou por Pindamonhangaba e depois por Campo Grande, antes de seguir para as Missões. Em Meruri, entregou sua vida pelos povos originários Boe-bororo, seguindo o seu lema sacerdotal “Eu vim para servir e dar a vida”.
Padre Rodolfo Lunkenbein nasceu na Alemanha e, desde jovem, manifestou sua vocação missionária. Após o noviciado, trabalhou no Cerrado de Mato Grosso, onde desenvolveu uma forte ligação com os povos indígenas. Guiou seu trabalho pelo sistema educativo salesiano de Dom Bosco, com o tripé da razão, religião e amorevolezza.
Em 15 de julho de 1976, Padre Rodolfo foi assassinado ao lado de Simão Bororo, indígena que acompanhou missionários em diversas atividades e era reconhecido por sua dedicação à comunidade. Naquele dia, Simão tentou defender o padre e foi mortalmente ferido. Ele foi levado ao hospital da missão por sua irmã, Genoveva Borobotoudo, mas não resistiu aos ferimentos.
A dedicação e o sacrifício de Padre Rodolfo e Simão Bororo continuam a inspirar e desafiar a Igreja a viver o evangelho com autenticidade e ardor missionário.
Simão Bororo nasceu em Meruri, em 27 de outubro de 1937, filho de Teresa Okogeboudo e Floriano Utoboga. Foi batizado em 7 de novembro de 1937 pelo Padre João Batista Crema. Realizou seus estudos primários na escola de Meruri. Jovem, trabalhou com garimpeiros no Rio Garças e, ao retornar a Meruri, integrou um grupo de Bororo que acompanhava missionários entre os Xavante na missão de Santa Terezinha, em 1957-1958. Participou da construção das primeiras casas de material para as famílias Bororo em Meruri, entre 1962-1964. Tornou-se pedreiro e dedicou sua vida a esse ofício na aldeia e na missão.
Simão ajudou a construir as casas em Meruri e fez a maioria dos fogões das casas dos Bororo. Na manhã de sua morte, consertava a lavanderia das Irmãs, onde deixou prontos três tanques de cimento ainda em uso.
Genoveva Borobotoudo, irmã de Simão, relatou que ele apreciava as crianças da aldeia, sempre ajudava os outros e conhecia remédios tradicionais, como a arnica. Em seus últimos dias, ainda buscava arnica para um idoso.
Simão faleceu no avião que o levava para tratamento na cidade, na tarde de 15 de julho de 1976. Sua memória permanece viva na Igreja missionária, com a sede do CIMI Regional de Mato Grosso dedicada a ele e a Caminhada dos Mártires em Rondonópolis o honrando anualmente.
A memória de Rodolfo e Simão permanece viva na comunidade e na Igreja. O CIMI (Conselho Indigenista Missionário) homenageia Simão dando seu nome à sede central do Regional do CIMI de Mato Grosso, e a Igreja de Rondonópolis o honra na Caminhada dos Mártires. Em Meruri, o aniversário do martírio de ambos é celebrado anualmente.