Nascido na Alemanha em 1º de abril de 1939 em uma família profundamente cristã, desde criança Rodolfo viveu em profundidade a experiência cristã, sentindo e respondendo com generosidade durante toda a sua vida à força do Espírito que o impulsionava a viver e a levar a Boa Nova de Jesus a todas as gentes.
Já na sua adolescência através de boas leituras entra em contato com Dom Bosco e com a sua obra no mundo e começa a ver o Evangelho sob o prisma salesiano: Dom Bosco lhe oferece pão, trabalho e paraíso, e Domingos Sávio lhe ensina que a santidade consiste em estar sempre alegre, em fazer o bem a todos e em estar sempre disposto a morrer antes que ser infiel a Deus.
No começo de 1963, Rodolfo é destinado para iniciar o seu primeiro período de vida missionária na Missão Salesiana de Meruri. Homem já feito, com 24 anos de idade, cheio de qualidades e difundindo alegria e otimismo, enfrentou a realidade tal como a encontrou em Meruri, como assistente e professor em uma escola na qual a maior parte dos alunos eram meninos internos e externos, filhos de moradores brancos da região. Todo o mundo ficava encantado com o comportamento e a riqueza moral, a alegria e a capacidade de serviço deste jovem missionário.
Fez seus estudos teológicos no Instituto Teológico de Benediktbeuern, Alemanha, de 1965-1969, logo após o Concílio Vaticano II, cujos documentos influenciaram na sua atuação missionária entre os indígenas de Mato Grosso, principalmente com os bororo de Meruri. Nesse período também aproveitou os tempos de férias para fazer um curso de medicina tropical e até um curso de piloto, sempre pensando na realidade que conheceu na sua primeira atuação missionária com os bororo e os seus vizinhos, os xavante.
Voltando a Meruri como padre novo, no início de 1970, encontra uma nova realidade. Em Meruri agora estão só os bororo que ele já conhecia e mais um grupo de bororo vindos da aldeia Pobojari, onde tinham perdido suas terras – estes ainda conservam a língua e a cultura. Todos o recebem com muito carinho, fazendo-lhe uma bela recepção cultural e aceitando-o na tribo com o nome de Koge Ekureu (Peixe Dourado).
Pela acelerada perda de territórios pelos bororo e com o perigo de sua extinção e de sua cultura, os missionários sentem a necessidade de se organizar e no compromisso evangélico de salvação, ajudar as populações indígenas a reverter esta situação da venda das terras indígenas por antigos posseiros para fazendeiros vindos de outros Estados. A atuação do Diretor da Missão foi lutar pela demarcação de seus territórios, apoiados no Estatuto do Índio e na promulgação da lei federal de 1973 que defendia os direitos das populações indígenas, que em um de seus artigos estabelece a demarcação dos territórios indígenas, no prazo de 5 anos a partir de sua promulgação.
Enquanto acontecia a demarcação da Reserva, no dia 15 de julho de 1976, mais de 60 pessoas, em oito viaturas, dirigiram-se para a Missão Salesiana de Meruri. Pediram para falar com o Diretor e como o Pe. Rodolfo estivesse ainda trabalhando na roça com os bororo, atendeu-os Pe. Gonçalo Ochoa, que foi tratado mal, exigindo satisfações pelo fato de que a demarcação tivera início, apesar das ameaças anteriores. Logo chegou Padre Rodolfo com alguns bororos e dirigiram-se a ele com atitudes de provocação. Ele não perdeu a calma e serenamente tentou persuadi-los de que, se sentissem lesados em seus direitos, deveriam recorrer à FUNAI ou à justiça. Ofereceu-se para ser intermediário deles. Um pequeno grupo o cercou, começaram a insultá-lo e empurrá-lo. Alguns bororos tentaram defender o padre. Lourenço, o chefe foi alvejado com um tiro. Três outros tiros atingiram diretamente o Padre Rodolfo, que morreu dez minutos após. Seguiu-se um tiroteio em que ainda foram feridos outros quatro bororo. Os atacantes fugiram imediatamente nas viaturas. O índio Simão Cristino veio a falecer no avião que levou os feridos para Barra do Garças.
Oração para a glorificação dos Servos de Deus Pe. Rodolfo Lunkenbein e Simão Bororo.
Deus da Vida e do Amor, em união com todos os Mártires da Igreja, vos louvamos e agradecemos pela força que infundistes em seus corações para darem a vida derramando o próprio sangue como o vosso Filho Jesus, Testemunha Fiel. Ele disse aos seus discípulos: “Não há maior prova de amor que dar a vida pelos amigos” (Jo 15,13). Glorificai os vossos servos Pe. Rodolfo Lunkenbein e Simão Bororo com a coroa do martírio. Eles deram a vida como prova de amor maior e seguindo Jesus com radicalidade, permaneceram fiéis até o fim! Derramai também em nós o vosso Espírito Santo para que a exemplo deles possamos percorrer o caminho do bem e da justiça. Concedei-nos, Senhor nosso Pai, a graça que por sua intercessão vos pedimos (instantes de silêncio…). Pelo mesmo Jesus Cristo Crucificado e Ressuscitado, vencedor da morte e por Maria nossa Mãe e Auxiliadora. Amém.
Que ele interceda por nós neste mês que se inicia