Apelo do P. Ángel Artime está na carta escrita por ocasião do 150º aniversário de fundação da Associação de Maria Auxiliadora (ADMA) – 18 de abril de 1869
A carta do padre Ángel começa com um trecho de outra carta, escrita por Dom Bosco a todos os seus filhos, em 1885, para demonstrar o carinho dedicado no apelo feito por escrito. “…sem Maria Auxiliadora nós seríamos qualquer outra coisa, mas certamente não Salesianos e nem Família Salesiana”, escreve o reitor-mor.
As orientações dadas pelo 10° sucessor de Dom Bosco seguem a mesma proposta, feita na “Estreia 2019”, com um convite à santidade e o apontamento da vida sacramental como o melhor caminho para conquista-la. “… não há caminho para a santidade sem a Eucaristia. A Eucaristia é a pedra angular para a conversão radical do coração ao amor de Deus. A centralidade de Cristo é vivida, no espírito salesiano, com uma sensibilidade extraordinária de contemplação e de amor à Eucaristia”, indica padre Ángel.
Assim como Dom Bosco, mesmo reconhecendo a vivência Eucarística como fundamental, a proposta de santidade salesiana, segundo o reitor-mor, tem destaque para a devoção total e confiante à Mãe de Jesus, Auxiliadora dos Cristãos. “… bem sabemos que a Mãe não chama seus filhos e filhas para estar com ela, mas os toma “pela mão” para levá-los ao encontro com o seu Filho Jesus, o Filho de Deus Pai. Por isso, podemos dizer, em sintonia com a estreia deste ano, que Maria é Mãe e Mestra e nos sustenta para podermos “voar” pelo caminho da santidade. Neste apelo, simples e acessível a todos, a viver com radicalidade o dom do Batismo, a viver com Maria a nossa vocação cristã, está enraizada, portanto, a destinação laical e popular da ADMA: aos sócios não se pede nada além do que se pede a todo batizado”, recorda o reitor-mor.
Em um dos itens da carta, padre Ángel afirma: “Na experiência de Dom Bosco, amor a Maria e amor à Eucaristia caminham sempre juntos, são as duas colunas que sustentam a vida e a missão da Igreja. No imaginário mariano de Dom Bosco, que podemos obter de modo especial dos seus sonhos, Maria apresenta-se como a Senhora ou Rainha que espera os jovens ao final da viagem aventurosa da vida e os convida a tomar parte no banquete celeste”, para justificar a vivência devota de todo salesiano à Nossa Senhora Auxiliadora e à Eucaristia.
Todas essas orientações não são propriamente uma novidade ao carisma salesiano, mas o reitor-mor faz questão de recordá-las, com um convite para reavivar as práticas devocionais, para fortalecer a luta constante de todo cristão contra os ataques constantemente sofridos por aqueles que buscam viver a fé cristã ainda nos dias de hoje. “A devoção a Maria Auxiliadora foi entendida e promovida por Dom Bosco justamente numa perspectiva de ajuda e defesa da fé no povo de Deus, tentado por ideologias que esvaziavam o sentido cristão da vida e por muitos movimentos que atacavam a fé e a unidade da Igreja fundada na rocha sólida da profissão de fé de Pedro. Em Dom Bosco, a devoção à Auxiliadora não evidencia um título particular e original, desconhecido anteriormente; mas é uma referência à maternidade universal de Maria, que intervém na obra de fundação da sua Família, realizando assim, por assim dizer, um trabalho a dois. É convicção profunda e irremovível de Dom Bosco: «Foi Ela quem tudo fez».
Para concluir, padre Ángel lembra o convite de São João Paulo II a toda a Família Salesiana: «Com a vossa obra, caríssimos educadores, estais a realizar um extraordinário exercício de maternidade eclesial (Gravissimum educationis, 3). Tende sempre diante de vós Maria Santíssima como a mais elevada colaboradora do Espírito Santo, que foi dócil às suas inspirações e por isso se tornou Mãe de Cristo e Mãe da Igreja. E também na Igreja continua a ser uma presença materna, como indicam as palavras pronunciadas na Cruz: “Mulher, eis o teu Filho”; “Eis a tua Mãe” (Redemptoris Mater, 24)».
Confira a íntegra da carta de D. Ángel Artime no link abaixo: