(ANS – Cidade do Vaticano) – Na terça-feira, 20 de junho de 2023, durante a Sessão Ordinária dos Cardeais e Bispos membros do Dicastério para as Causas dos Santos, foi dado parecer unânime positivo sobre o heroico exercício das virtudes, a fama de santidade e os sinais do Servo de Deus Antônio de Almeida Lustosa SDB (1886-1974), Arcebispo de Fortaleza-CE, Salesiano de Dom Bosco.
Durante a Sessão, foi submetida à avaliação dos membros não somente a dúvida sobre o heroico exercício das virtudes do Servo de Deus mas também todo o Processo da Causa e a importância eclesial da Causa em si.
Agora, o Cardeal Prefeito, Marcello Semeraro, submeterá as conclusões da Sessão Ordinária à aprovação do Sumo Pontífice, com o pedido de confirmação da opinião expressa pelos Cardeais e Bispos Membros do Dicastério, tendo em vista a promulgação do Decreto de Venerabilidade do Servo de Deus Antônio de Almeida Lustosa.
Dom Antônio de Almeida Lustosa deixou um legado marcante em sua ação pastoral na Arquidiocese de Fortaleza. Seu compromisso com a fé e com o serviço ao próximo se evidenciou ao longo de seu mandato, que teve início em 5 de novembro de 1941 e chegou ao fim em 29 de maio de 1963.
A cerimônia de posse de Dom Antônio ocorreu na Igreja Pequeno Grande, também conhecida como Catedral Provisória. Na presença de bispos e representantes de dioceses vizinhas, ele assumiu seu papel como Arcebispo Metropolitano de Fortaleza. Na ocasião, ele expressou seu compromisso em trabalhar pelo bem do povo, cumprindo seu dever como bispo.
Após quase 22 anos à frente da Arquidiocese, Dom Antônio encerrou sua missão em Fortaleza. Acompanhado de três padres da região, partiu em uma camionete rural, com destino à Casa Salesiana de Carpina, em Pernambuco. Essa mudança marcou o fim de seu pastoreio naquela terra, onde deixou uma notável contribuição.
Nascido em São João Del Rei, Minas Gerais, no dia 11 de fevereiro de 1886, Dom Antônio de Almeida Lustosa dedicou sua vida à Igreja. Após sua ordenação como padre salesiano em 1912, ele atuou como professor de filosofia e teologia, além de ocupar cargos de mestre de noviços, diretor e vigário.
Sua trajetória episcopal começou em 1925, quando foi sagrado Bispo de Uberaba, na Diocese do Triângulo Mineiro. Posteriormente, governou as dioceses de Corumbá, no Mato Grosso, e Belém do Pará, antes de ser transferido para Fortaleza em 1941.
Além de suas atividades pastorais, Dom Antônio se destacou como escritor. Escreveu diversos livros, abordando desde literatura infantil até cartas pastorais e obras de teologia profunda. Sua escrita era caracterizada por frases leves, observações agudas e um interesse apaixonado pela humanidade. Além disso, ele contribuiu com inúmeros artigos publicados em jornais.
Durante seu tempo em Fortaleza, Dom Antônio realizou importantes realizações. Em 1947, convocou o 2º Sínodo Diocesano, uma assembleia de líderes da igreja para discutir questões relevantes e estabelecer diretrizes pastorais. Além disso, fundou o Instituto dos Cooperadores do Clero em 1957, com o objetivo de auxiliar os párocos em seus trabalhos paroquiais por meio de colaboradores leigos. Também criou a Congregação das Josefinas, presente em vários estados, que trouxe benefícios significativos à pastoral da Igreja.
Após se estabelecer em Carpina, Dom Antônio passou seus últimos anos pregando retiros espirituais até que a doença o obrigou a se recolher ao leito. Em 14 de agosto de 1974, faleceu, sendo acolhido pela Nossa Senhora para receber a recompensa reservada ao servo bom e fiel.
Seu legado e memória permanecem vivos na Catedral de Fortaleza, onde está sepultado. Dom Antônio de Almeida Lustosa é lembrado como um exemplo inspirador de dedicação ao serviço pastoral, empenhado em propagar a fé e promover o bem-estar espiritual do povo. Sua influência e contribuições continuam a inspirar gerações de fiéis.