Entre os dias 22 a 27 de julho acontece em Diamantino (MT) a Assembleia Regional do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), que tem foco em contribuir para o fortalecimento das comunidades indígenas, promovendo a autonomia e a preservação das suas culturas e tradições. Este ano o Conselho celebra 50 anos.
Ir. Mário Bordignon, que foi duas vezes coordenador regional do CIMI em Mato Grosso, participa desse momento de celebração. Segundo ele, a “assembleia está em um momento histórico. O contexto da política indigenista, embora o governo tenha mudado, a situação está muito crítica”.
O Salesiano Irmão destaca sua preocupação para defender melhor a causa indígena, uma vez que a “situação não está nada favorável, pelo contrário, está bem adversa”, pontua.
Com tom de entusiasmo, o Missionário Salesiano P. Joseph Tran Van Lich afirma que participar da Assembleia “é uma grande alegria, ouvir e olhar a visão do CIMI, dos missionários do CIMI, de outras pessoas, de outras congregações que estão atuando nas terras indígenas, com os povos indígenas, com sua luta, sua vida diária”. Para ele, a reunião do CIMI “faz fortalecer a missão, de dar continuidade e enfrentar os novos desafios, e sabemos que tem uma organização de igreja que está caminhando junto conosco, e isso também nos ajuda e fortalece na nossa missão”.
História do Conselho Indigenista Missionário
O Conselho Indigenista Missionário (CIMI) foi fundado em 1972, durante a ditadura militar no Brasil, como um organismo vinculado à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Seu surgimento se deu em um contexto de crescente pressão e violência sobre os povos indígenas, resultante de políticas governamentais de expansão e integração que desconsideravam os direitos e a cultura dos povos originários. Desde o início, o CIMI se dedicou à defesa dos direitos dos indígenas, apoiando suas lutas por terra, autonomia e reconhecimento cultural. A primeira Assembleia dos chefes indígenas aconteceu em Diamantino (MT) há 50 anos. Sebastião Carlos Moreira, que foi coordenador do CIMI Regional MT por três mandatos, destaca que é muito importante e significativo comemorar essa data de 50 anos, porque foram os chefes indígenas, naquele tempo, já buscando o seu protagonismo na defesa dos direitos territoriais dos povos indígenas, atuando na demarcação e proteção de suas terras, essenciais para a preservação de suas culturas e modos de vida.